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Identificação do Monumento:

Ermida de S. Brás

Localização:

Évora, Portugal

Data de construção do monumento:

Cerca de 1482-85

Período / Dinastia:

Mudéjar

Encomendado por:

Autorizada pelo bispo de Évora, D. Garcia de Meneses, por vontade do rei D. João II (r. 1481-1495).

Historial:

A ermida foi erguida no extremo sul do Rossio da cidade, no local onde pouco tempo antes funcionou um hospital improvisado, de madeira, para combate a um surto de peste, e foi-lhe dada a invocação de S. Brás, médico de profissão e protector contra as doenças da garganta; no dia anterior ao da festa do santo patrono (3 de Fevereiro), realizava-se tradicionalmente, junto da ermida, uma pequena feira chamada “das candeias” ou Candelária. Primitivamente tinha uma casa para o ermitão, separada mas muito perto da ermida. Actualmente é sede de uma das paróquias da cidade.

Descrição:

Templo de planta rectangular, de pequenas dimensões (nave com 16,90 m x 6,63 m; ábside com 3,50 m x 4,50 m), isolado, a cerca de trezentos metros da muralha tardo-medieval, erguido no local onde funcionara um hospital provisório de combate a surto de peste. A igreja, orientada no sentido este-oeste, tem exo-nártex com abóbada ogival aberto por três arcos quebrados assentes em meias colunas curtas com capitéis vegetalistas, e está reforçada a toda a volta por contrafortes cilíndricos, com gárgulas zoomórficas, ornamentados por merlões e rematados por pináculos cilíndricos com cogulhos nos vértices, solução pioneira que será seguida noutros edifícios do gótico final na região. Na cornija há fragmentos de barra de esgrafitos de motivos geométricos (em espinha, em xadrez, ovais, losangos de lados côncavos) de clara influência mudéjar. A massa murária, de raras aberturas, está guarnecida, a toda a volta, de ameias prismáticas, o que lhe transmite a imagem de igreja fortificada, e sob as quais, na cabeceira e no alto dos contrafortes, corre uma moldura em estuque relevado com uma teoria de arcos de carena, arcos ultrapassados, trilóbulos e trevos, tudo ritmado por gotas e dentes de serra, ao modo de banda lombarda. A cabeceira da igreja, de arestas arredondadas, é ligeiramente saliente em relação ao restante corpo do edifício, acusando os compartimentos de apoio ao serviço religioso que ladeiam a capela-mor e que são iluminados por frestas de arco quebrado.

A nave é coberta por abóbada de berço, de volta perfeita, e a ábside é coberta por abóbada elíptica e decorada, tal como a nave, por painéis azulejares verdes e brancos, em composições geométricas, de 1575, ao gosto hispano-mourisco.

A igreja é de alvenaria de tijolo, toda rebocada a massa, com as gárgulas, remates dos pináculos, capitéis e molduras das aberturas em granito de grão fino da região de Évora. A cobertura é de telha de meia cana, não vidrada, ao modo tradicional da região.

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A ermida de S. Brás, em Évora, foi construída em 887-890 AH /1482-85 AD. Os elementos construtivos – alvenaria de tijolo com escassas aberturas ao exterior, a cobertura com telhas de meia cana – e decorativos – os painéis de azulejos hispano-mouriscos que cobrem a ábside e a nave – enquadram bem esta igreja no gosto mudejar da época. Na mesma direcção apontam os fragmentos da barra de esgrafitos de motivos geométricos da cornija e a moldura em estuque, sob as ameias da cabeceira e no alto dos contrafortes, que apresenta arcos de carena, arcos ultrapassados, trilóbulos e trevos.

Como foi estabelecida a datação:

Ainda se conserva o documento do bispo que autorizou a construção da igreja (1480) e insistências do rei para a sua edificação (1483). Por testemunho presencial do alemão Jerónimo Munzer, sabe-se que já estava ao culto em 1490. Ligeiramente posteriores à ermida de S. Brás, que lhes serve de protótipo, ergueram-se na região vários outros pequenos templos muito semelhantes, de que são exemplos as ermidas de S. Sebastião, em Alvito e Santo André, em Beja.

Bibliografia seleccionada:

Espanca, T. Inventário Artístico de Portugal – Distrito de évora, vol. VII, Lisboa, 1966. Pereira, P. “Do 'modo' gótico ao manuelino (séculos XV-XVI)”, História da Arte Portuguesa (ed. P. Pereira), vol. II, Lisboa, 1995, pp. 41-42.

Pérez-Embid, F. El mudejarismo en la arquitectura portuguesa de la época manuelina, Sevilha, 1944.

Vieira da Silva, J. O Tardo-Gótico em Portugal – A Arquitectura no Alentejo, Lisboa, 1989.

Citation:

Manuel J. C. Branco "Ermida de S. Brás" in "Discover Islamic Art", Museum With No Frontiers, 2025. 2025.
https://islamicart.museumwnf.org/database_item.php?id=monument;ISL;pt;Mon01;20;pt

Autoria da ficha: Manuel J. C. Branco

Número interno MWNF: PT Z

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